Intuito é superar isolamento de experiências e fomentar uma mudança de cultura em torno de novos modelo de escola.
O Ministério da Educação (MEC) abriu no último dia 5 uma chamada
pública em busca de escolas criativas e inovadoras. A pasta quer
reconhecer e mapear iniciativas escolares que fujam do modelo
tradicional, com o intuito de superar o isolamento dessas experiências –
uma condição que quase sempre marca esses projetos – e fomentar uma
mudança de cultura em torno do modelo de escola.
O MEC vai identificar, reconhecer e criar um mapa georreferenciado
das iniciativas – a partir do cadastro que as próprias escolas devem
fazer de seus projetos. A pasta recebe até o dia 23 de outubro as
inscrições no sitecriatividade.mec.gov.br
Um dos objetivos é que universidades aproveitem essas escolas como
centros de pesquisa, formação e estágio. Não há, por enquanto, intuito
de criar um programa para induzir tais práticas.
A escola pouco se alterou com o passar dos anos. O modelo com alunos
organizados em fileiras, divisões por séries, aulas expositivas de 50
minutos e provas ainda prevalece, mesmo com inúmeros diagnósticos de que
isso não atende mais às demandas dos jovens. “Promover a transformação
no ambiente escolar é importante no sentido de atender as necessidades
do século 21. Mas é necessário que se crie demanda para que professores,
pais e crianças desejem essa transformação. Não vamos construir um
programa, mas fortalecer o que existe e dar visibilidade”, afirma a
educadora e assessora especial do MEC Helena Singer, que coordena um
grupo de trabalho criado para tocar o projeto. “São poucas instituições
que organizam o ambiente escolar de forma diferente do tradicional e as
que aparecem são sempre as mesmas iniciativas. Às vezes existem
experiências próximas e a comunidade não sabe. O objetivo é jogar
luzes.”
Helena comanda um grupo central de 16 especialistas, que se desdobra
em outros oito grupos regionais. Definir o que se entende como inovação e
criatividade nas dimensões da gestão, currículo, metodologia e do
próprio ambiente escolar é uma das tarefas desses grupos.
A chamada pública é aberta para escolas públicas e particulares,
organizações não escolares, como ONGs, e também para projetos ainda não
implementados. Nos projetos já em andamento, serão levados em conta o
sucesso e os resultados alcançados por essas escolas.
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Para Helena, faltam referências de inovação. “Professores, diretores,
secretários de educação, alunos e pais não têm muitas informação sobre
essas iniciativas”, diz ela. A educadora ressalta que as dificuldades
para que haja um número maior de experiências inovadoras passa pelas
deficiências do modelo de formação inicial de professores, mas o
principal fator é a ausência de uma cultura de inovação. “Depois de 20
anos de militância em torno de inovação na educação, percebo que o maior
desafio é a mudança de cultura dos professores, dos pais, gestores e
até dos alunos. Quando falamos de inovação e criatividade, estamos
falando em mudança de cultura. Muitas vezes os conceitos são ensinados
na formação dos professores, mas no formato antigo”, completa.
A previsão é que o resultado seja divulgado no dia 11 de dezembro. O
mapa das iniciativas deve ser divulgado no começo do ano que vem.
Fonte:www.mec.gov.br
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